Déficit habitacional chega a 6,2 milhões
Os problemas de habitação no Brasil são antigos e parecem não ter solução em tão curto prazo.
Estudo realizado recentemente pela Fundação João Pinheiro e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) aponta que o déficit de moradias estimado chega a 6,273 milhões, dos quais 82,6% em áreas urbanas. Os estudiosos ressaltam que, em relação aos dados divulgados em 2006, houve uma redução de 1,662 milhão desse montante, mas apenas porque considerou-se na versão atual que apenas uma parcela das famílias que convivem no mesmo domicílio podem ser consideradas como carentes de moradias.
De qualquer maneira, esse volume está muito aquém de um país que possa ser classificado como desenvolvido.
As desigualdades se sobressaem, principalmente em regiões mais ricas, como o Sudeste. De acordo com o documento, é lá que está concentrado o grande número de carências, ou 37,2% do total ou 2,335 milhões de habitações a construir e atender à população que mora em condições precárias. O Nordeste tem déficit de 2,144 milhões de casas.
Os pesquisadores ressaltam que, apesar dessa concentração, o déficit se diferencia em muito quando se verifica a composição.
No sul do país, o problema está na área urbana e, no norte, na rural.
No Sudeste são 2,223 milhões de novas moradias a serem construídas nos centros e apenas 112 mil no interior. Já no Nordeste, é necessário 1,462 milhão de residências urbanas e 683 mil nas áreas rurais.
Victor Arroyo, chefe de Água e Saneamento para América Latina e Caribe da ON-Habitat, lembra que a habitação sofre a mesma problemática quando o assunto é saneamento. "A falta de acesso à água e ao esgoto está ligado à precariedade do assentamento das pessoas". Mas sem acesso à água e ao saneamento, também não há moradia que não seja precária.
Fonte: Brasil Econômico - 1 de junho de 2010
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