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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

OS IMPACTOS DO LIXO

meio ambiente


Os impactos do lixo


Josana Salles

Da Redação

Nas contas do professor Rubem Mauro Palma de Moura, da Faculdade de Engenharia Sanitária da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a primeira chuva que cair na capital levará para a calha do rio Cuiabá cerca de 846 toneladas de lixo que deixaram de ser recolhidos em função da irregularidade da coleta do lixo doméstico nos últimos meses. A estimativa dos pesquisadores da faculdade é que 20% do lixo não têm sido coletados diariamente. "Essa é uma previsão bastante otimista, porque na verdade a conta é muito maior. Quando falamos em quase 900 toneladas estamos nos referindo ao lixo flutuante, como sacos plásticos, utensílios de plástico, enfim, tudo o que esteja ensacado", diz.
O que se vê por toda a cidade é lixo esparramado pelas ruas, calçadas, terrenos baldios e nas margens de boa parte dos 24 córregos que cortam a Capital. Como o terreno cuiabano é bastante acidentado, o professor alerta que certamente a chuva vai levar o lixo jogado pelas ruas para a calha dos córregos e depois para o rio Cuiabá. "Como o período de estiagem tem sido crítico, a primeira chuva vai provocar uma onda forte no rio fazendo com que o lixo fique enganchado nos sarãs".
Todo o lixo que segue para o Pantanal tem grande probabilidade de ir parar na baía de Chacororé, distante cerca de 21 quilômetros de Cuiabá. É a maior baía de água doce do Brasil na época da cheia, chegando a ter 50 mil hectares de água. Rubem Mauro explica que a declividade entre o rio e a baía é grande, cerca de 0,00338 m/metros, proporcionando uma velocidade alta, acima de três quilômetros por segundo. Assim, tudo o que é flutuante entra na baía de Chacororé.
Quando ocorrerem as primeiras chuvas em Cuiabá e Várzea Grande, em um ou dois dias a baía já terá 10 mil hectares ocupados com lixo. "Com a ação dos ventos o lixo fica nas margens causando uma impressão muito ruim", diz. Pesquisadores da UFMT pretendem aproveitar o período de seca para fazer uma investigação da estratificação do material que vai sendo aterrado dentro da baía de Chacororé para saber os impactos que o lixo desordenado vem causando nos ambientes aquáticos do Pantanal.
Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com apoio da Faperj, já desenvolvem estudos desde 2002 sobre a ecotoxicidade de poluentes ambientais. O pesquisador responsável pelo projeto, Eduardo Cyrino de Oliveira Filho, sob a orientação do coordenador do Laboratório de Toxicologia Ambiental da Fiocruz, Francisco José Roma Paumgartten, disse que o foco principal foram os ecossistemas aquáticos. Os principais poluentes originam-se de atividades industriais, agrícolas e da sociedade moderna como lixo, esgoto e elementos químicos. Eles deterioram os ecossistemas, comprometendo a qualidade de vida do ambiente. Os poluentes podem causar, por exemplo, a morte ou diminuição da fertilidade de alguns organismos. Em alguns casos provocam danos irreversíveis, como a extinção de espécies em rios e lagos.

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