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terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

ESTIAGEM - PLANETA ÁGUA

Para entender a seca e como enfrentá-laMônica Nunes - 27/01/2015 às 10:56

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Para compreender a crise hídrica (e de energia) – como, quando e por que tudo começou? o que deveria ter sido feito? o que ainda se pode fazer? e como enfrentar o cenário mais dramático – você pode acompanhar as notícias diárias, mas é imprescindível mergulhar nos bons livros sobre o tema também. A partir deles, com certeza será mais fácil selecionar o que é relevante e espalhar boa informação.
Aqui estão sete ótimos títulos da Estante do Planeta Sustentável para inspirá-lo. O primeiro é uma obra impressionante de ficção. Mergulhe!
- Escrito por Inácio de Loyola Brandão em 1981 e relançado em 2007, Não Verás País Nenhum revela como é um mundo sem água potável, castigado peloaquecimento global e controlado pelo Esquema. Qualquer semelhança é mera coincidência? Loyola criou um Ministro das Águas para sua história, mas esse a gente ainda não tem. Ele disse sobre sua obra: “Não faço um livro profético do que virá a ser. Mas do que pode vir a ser”. Em sua resenha, a jornalista Maria Claudia Baima conta: “No diário ele revela que seu lema para escrever é ‘refazer. Refazer sempre’. Deixava a escrita no meio de uma cena para retomar a redação com o mesmo ânimo. A técnica funciona bem. Seguimos Souza (o personagem) com avidez, por mais sufocante que seja a leitura. No final, fechamos o livro com uma vontade secreta de refazer o mundo. Refazer sempre”.
A Última Gota foi lançado em dezembro de 2014, pela Editora Planeta. Sua autora, a jornalista Vanessa Barbosa, integra a equipe de editores do Portal Exame, da Editora Abril, e mergulhou fundo no tema. Como ressalta Roberto Amado, que resenhou a obra, “muito se fala da crise de água, mas pouco se informa. Este livro corrige essa falha ao esclarecer, por meio de pesquisa extensa, praticamente todas as questões que envolvem seu uso. Ele provoca, enfim, grandes emoções. Para aqueles que preferem não encarar o problema, talvez não seja uma leitura indicada. Para todos os outros, é uma boa oportunidade para conhecer a magnitude que envolve nossa dependência pela água e exigir novos tempos mais sábios”.
Administrando a Água, como se fosse importante, organizado pelo economista Ladislau Dowbor, conselheiro do Planeta Sustentável, e por Renato Arnaldo Tagnin, também pesquisador reconhecido. “Este não é um livro fácil”, como diz o jornalista Otávio Rodrigues, autor da resenha, “porque os autores são acadêmicos, estudiosos e especialistas. Mas, mesmo sendo um pouco árido – de tantos números que apresenta -, ele nos surpreende seguidamente pelos conhecimentos úteis que reúne. Em tempos difíceis, como estes e os que nos reserva o futuro próximo, se configura um companheiro precioso”;
Water, the epic struggle for weath, power and civilization (Água, a épica luta pela riqueza, poder e civilização, sem tradução no Brasil) de Steve Salomon, brilhantemente resenhado pelo jornalista Flávio de Carvalho Serpa, falecido no ano passado. Escreveu, ele: “Esta é a primeira obra que tenta contar a milenar história do líquido na evolução da civilização, desde a Babilônia à atual crise de escassez e mudança climática planetária. Com tal cardápio de assuntos, figurou entre os dez best sellers de 2010 na livraria Amazon e é referência que não pode faltar na estante dos interessados na gestão socialmente responsável da água”.
Água: Pacto Azul – A Crise Global e a Batalha Pelo Controle da água Potável no Mundo, da ativista canadense Maude Barlow. Ela descreve as atividades das grandes corporações de água no mundo e o trabalho de entidades para democratizar seu acesso. “Se algum dia houve uma época ideal para um plano de conservação e justiça da água para lidar com a dupla crise da água – escassez e injustiça – este momento é agora”, afirma Maude, que alerta: “Não falta ao mundo o conhecimento sobre como construir um futuro com garantia de água; o que falta é vontade política”.
Água, Juridicamente Sustentável, da pesquisadora Clarissa D’Isep. Ela chama a atenção para a importância de se analisar os sistemas hidrojurídicos, sem os quais não teremos uma gestão sustentável da água. Para o autor da resenha, José Eduardo Mendonça, este livro é “uma peça importante para aqueles treinados juridicamente ou em processo de formação na academia, mas que serve, também, como fonte de referência para outras disciplinas, como ecologia e economia, pela riqueza com que a autora esmiuça a água, num intrincado conta-gotas”.
Atlas da Águados pesquisadores americanos Robin Clarke e Jannet King que, em 2005, já alertavam que as guerras do século XXI seriam pela água. Eles falam de escassez e também como 169 países tratam suas águas; entre eles, o Brasil. Vejam que atual o que a jornalista Paula Nadal escreveu sobre a obra em 2007: “Caso medidas efetivas não sejam tomadas e o consumo não seja reduzido, os desastres ecológicos e os desequilíbrios sociais serão cada vez mais acelerados. Qualquer atitude distante da integração e do consumo consciente pode ser a gota d’água. Fenômenos que fazem de O Atlas da Água leitura emergencial, um grito incontido em tempos de crise ambiental”.
Rios e Cidades: Ruptura e Reconciliaçãoda estudiosa Maria Cecília Gorski. Bem ilustrado (inclusive com muitos casos brasileiros), didático e bem escrito, o livro propõe soluções para integração e reintegração das pessoas com seus rios. O jornalista José Eduardo Mendonça, que escreveu esta resenha, recomenda a leitura: “Muitas teses de mestrado apresentam leitura difícil pelo uso excessivo de jargões técnicos e pela pouca familiaridade de alguns autores com o português escorreito. Não é o caso aqui. Percebe-se que o trabalho de Gorski é apaixonado – bem documentado, bem ilustrado, didático, bem escrito, daquelas coisas que dá gosto de ter na estante”.
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“O que faltou foi um planejamento antecipado”, diz especialista sobre crise do CantareiraKaren Carneti, de INFO Online - 07/11/2014 às 10:22

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O mês de outubro, que se encerrou na sexta-feira passada, foi o mais seco em 84 anos do Cantareira, o principal sistema de abastecimento da cidade de São Paulo. Desde 1930, os rios que alimentam os reservatórios não registravam uma vazão tão baixa, de 4 mil litros por segundo — apenas 14,8% da média histórica mensal.
Segundo o professor Carlos Tucci, professor titular aposentado do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e atualmente professor colaborador do Curso de Pós-Graduação em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental do IPH-UFRGS, a seca que está ocorrendo é muito mais grave do que a maior seca ocorrida em 84 anos de série histórica. Portanto, o reservatório não tinha capacidade de regularizar e atender a demanda projetada e está dentro das incertezas de um projeto de água.
Apesar disso, ele afirma que a Sabesp poderia ter se planejado melhor para a crise. “O que faltou à Sabesp foi um planejamento antecipado para mitigar o problema que se viu inevitável desde o início de 2014”, disse. “Uma parte foi realizada, que foi o uso e retirada de água do volume morto. No entanto, uma região como a Grande São Paulo não poderia ficar no limite entre demanda versus disponibilidade por tantos anos, e faltaram investimentos para obter uma margem maior de disponibilidade, considerando o cenário de risco que está ocorrendo”.
estiagem que o sistema enfrenta já é a maior da história, e, segundo um relatório técnico produzido pelo Centro Tecnológico de Hidráulica e Recursos Hídricos do governo Geraldo Alckmin, uma crise como essa, em pleno período chuvoso, só ocorre a cada 3 378 anos.
O nível do Cantareira, inclusive, voltou a cair na quinta-feira, 6/11, pelo segundo dia consecutivo. Após um dia de estabilização, que aconteceu na terça-feira, 4/11, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) registrou hoje um índice de 11,7%, 0,1 ponto percentual a menos do que na quarta-feira, 5/11. Esse número já leva em consideração a segunda cota do volume morto (como é chamada a reserva técnica do sistema), que, segundo a Sabesp, ainda não está sendo utilizada.
A estabilização do nível do sistema se manteve em 11,9% de segunda para terça, interrompendo as quedas que aconteciam ininterruptamente desde 27 de setembro. O nível, no entanto, não sobe há 203 dias, desde 16 de abril, quando subiu de 12% para 12,3%.
Além do Cantareira, o Sistema Guarapiranga e o Sistema Alto Tietê são os outros dois principais sistemas de abastecimento de São Paulo, e eles também sofrem com a estiagem. O Guarapiranga opera, atualmente, com 37,5% da capacidade, enquanto o Alto Tietê opera com 8,6%.
A previsão da Agência Nacional das Águas é de que a primeira cota do volume morto acabe já na próxima semana, no dia 15. A liberação da segunda parte da reserva técnica do Sistema Cantareira já foi aprovada pelo órgão, e deve durar até o fim de abril de 2015. Apesar de surgirem algumas dúvidas quanto à qualidade da água da reserva, para Vladimir Caramori, vice-presidente da Associação Brasileira de Recursos Hídricos, utilizá-la é a única solução no momento.
“Não há alternativa no curto prazo. Qualquer alternativa exige algum tempo para instalação de infraestrutura para aumentar a oferta de água. Deve-se entender que o volume morto está associado a um volume que não é utilizável pelas estruturas de captação de água originalmente instaladas naquele reservatório, mas que não estão relacionadas, a priori, com questões de qualidade de água”.
Tucci concorda. Ao ser perguntado se seria coerente utilizar a segunda cota do volume morto, ele foi direto e sucinto: “Não é uma questão de coerência, é uma necessidade, não há alternativa”.
Para amenizar os reflexos da crise hídrica no estado, desde sábado (1) começou a valer a ampliação da faixa de bônus para quem economizar água em São Paulo. Quem reduzir em 10% ou 15% terá desconto de 10% na conta. Já aqueles que diminuírem o gasto entre 15% ou 20% receberão um bônus de 20%. Desde fevereiro, os clientes que economizam 20% ou mais recebem desconto de 30% na conta de água.
Mas, para o professor doutor Fernando Villela, especialista em hidrografia do curso de geografia da Universidade de São Paulo, a população ainda precisa mudar drasticamente seus hábitos. “Creio que há, além da necessidade de campanhas educativas, urgência de um levantamento atual dos desperdícios”, disse. “É preciso entender coisas elementares, como por exemplo, o uso excessivo de detergentes e a lavagem de óleos, que prejudicam o reúso. Ao invés de limpar o prato cheio de óleo com um papel após a refeição e somente depois lavá-lo, usa-se água até sair tudo. Outras correções de comportamento são necessárias, como não deixar a torneira aberta durante muito tempo em várias situações”, afirma. “Para a agricultura, que possui a maior demanda na utilização dos reservatórios, é preciso inclusive verificar economias nos sistemas de irrigação. As indústrias, que já possuem seus meios de estocagem e reutilização, podem criar também alternativas”.
Por parte dos serviços, de acordo com Villela, não é mais possível haver esguicho ininterrupto de calçadas e lavagens de carro dos proprietários a cada semana. Além disso, o lixo jogado nas ruas contribui para a diminuição do volume e qualidade dos corpos d’água superficiais. Ele acredita que a única maneira de estas medidas serem realmente respeitadas seria a fiscalização, com multa aos transgressores. “A verdade é que não há como fugir, no momento, de uma política de racionamento, que inclusive precisa mudar a maneira arquitetônica em que são projetadas casas, prédios e condomínios, no intuito de coletar água da chuva e elaborar sistemas de reúso”, disse.
CHUVAS DE VERÃO
E será que as chuvas de verão, que começaram a aparecer na última sexta-feira na capital paulista, serão suficientes para o Cantareira voltar a operar com 100% de sua capacidade? Vilella afirma com certeza que de modo algum isso acontecerá. “Aliás, não há garantia de que no próximo verão haverá precipitação normal. O fato é que, em média, um reservatório leva mais de 17 anos para voltar ao seu volume completo, segundo a Unesco. Não sei quanto tempo levaria para o Cantareira voltar ao seu regime ‘normal’, já que em novembro de 2013 estava em torno de 36%. Mas certamente sua recuperação levará mais que 4 ou 5 anos”.
Já Tucci é mais otimista e espera que as chuvas possam resolver boa parte do problema. “Os modelos meteorológicos estão prevendo um ano normal, mas estes modelos não têm boa previsibilidade para esta região”, disse.
Apesar da crise, o governador Geraldo Alckmin declarou publicamente que o racionamento ainda não é necessário, já que o sistema possui água suficiente para abastecer a população até abril do ano que vem. Em um vídeo divulgado no aplicativo Whatsapp no fim de outubro, Alckmin fala sobre a crise e as medidas que vem tomando. “Aqui em São Paulo nós estamos trabalhando interligando sistemas e investindo em obras e novos sistemas de abastecimento de água para a população. E quero aqui trazer até uma notícia importante: estamos aumentando o bônus para o uso racional da água. Quero agradecer à população porque 80% praticamente reduziu o consumo e participou desse esforço coletivo”, disse.
Caramori, porém, é contra esse pensamento. “A crise já está instalada. Medidas de racionamento poderiam ter sido adotadas de forma progressiva desde a percepção de que havia risco significativo de comprometimento do abastecimento. Em minha opinião, o racionamento é medida urgente e imediata para minimizar os riscos de escassez absoluta no curto prazo. As autoridades têm dito que há garantia de abastecimento até o mês de março. Mas e depois? Se as chuvas continuarem abaixo da média, o que é uma possibilidade real, o ano de 2015 deve ser mais crítico do que 2014”.
Caramori resume aquele que deve ser, necessariamente, o espirito dos agentes públicos: “É preciso aprender com a situação de crise e investir no aumento da segurança do sistema, o que inclui obras de infraestrutura para aumento e segurança da oferta, continuidade nas ações de controle de perdas, continuidade nas ações de racionalização de consumo, entre outras”, afirmou.
Foto: Luiz Augusto Daidone/Prefeitura de Vargem/Fotos Públicas
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1/4 do volume morto do Cantareira já foi retirado (em 35 dias)Redação / VEJA.com - 10/07/2014 às 11:58

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Em 35 dias consecutivos de captação de água, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) já retirou 26% dos 182,5 bilhões de litros do chamadovolume morto do Sistema Cantareira. Até quarta (9), segundo boletim do comitê anticrise que monitora a seca do manancial, a empresa já havia consumido 47,3 bilhões de litros da reserva profunda das Represas Jaguari e Jacareí, na cidade de Joanópolis, cerca de 100 quilômetros da capital paulista.
As obras necessárias para a captação inédita do volume represado abaixo do nível das comportas da Sabesp custaram cerca de R$ 80 milhões, e as bombas flutuantes foram acionadas no dia 15 de maio pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). O bombeamento, contudo, só começou, de fato, em 4 de junho, um dia após o volume útil das Represas Jaguari e Jacareí zerar. Juntas, elas representam cerca de 80% da capacidade do Cantareira.
Hoje, restam 57 bilhões de litros do volume morto desses dois reservatórios. Se a queda do nível de armazenamento mantiver o mesmo ritmo, essa reserva deve se esgotar em cerca de um mês. A partir de então, a Sabesp deve começar a retirar 78 bilhões de litros do volume morto da Represa Atibainha, em Nazaré Paulista, a terceira em tamanho entre os cinco reservatórios do sistema.
Pelos cálculos mais pessimistas da Sabesp, todo o estoque do volume morto deve acabar até 27 de outubro. Nesse período, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) espera que as chuvas voltem a cair no manancial, normalizando os reservatórios. Desta forma, afirma a Sabesp, o abastecimento de água na Grande São Paulo estará garantido até meados de março de 2015.
MAIS ÁGUA
Diante da possibilidade de a crise de estiagem se prolongar, a Sabesp já cogita usar mais 100 bilhões de litros do volume morto do Cantareira. Ao todo, o sistema possui cerca de 480 bilhões de litros que ficam abaixo do nível das comportas da Sabesp.
A ideia enfrenta resistência da Agência Nacional de Águas (ANA), um dos órgãos gestores do manancial, ao lado do Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), do governo do Estado. A ANA defende que a Sabesp deixe 5% da atual cota do ‘volume morto’ para depois de novembro. Análise estatística feita pelo comitê anticrise mostra que a probabilidade de o Cantareira acumular até abril de 2015 um volume de água suficiente para tirá-lo da crise é de apenas 25%.
(Com Estadão Conteúdo)
Foto: Mariana Pekin

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