População Indígena | ||
Índios em Mato Grosso O termo índio foi uma denominação dada pelos conquistadores europeus aos habitantes, de tempos imemoriais, do território que compõe, hoje, o continente americano. Depois houve generalização do termo a todos os habitantes do território brasileiro. |
Diversidade Organização Tribal Os povos indígenas mato-grossenses se caracterizam por baixa densidade demográfica, mas em compensação, muitos são os povos e as líguas faladas. Damos o nome de povo indígena, à língua por eles falada, à localização geográfica, aos nomes das aldeias. Saiba mais aqui. | |
Remanescentes Índios Isolados em Mato Grosso Entende-se por índios isolados os povos ou grupos indígenas que não mantém contato direto com nenhum segmento da sociedade brasileira. Vulgarmente denominados índios arredios. Clique aqui e saiba mais sobre estes povos. | |
Povos Indígenas de MT Troncos, Famílias Linguísticas e Localização Nesta seção você terá acesso ao nome dos povos indígenas de Mato Grosso como Awetí, Matipú, Trumái, Cinta Larga, Bororo, Bakairí, Mundurukú, Xavante e outros. Além disso conhecerá sua família linguística e localização de seu território. | |
Terras Indígenas Ações Antrópicas Relevantes As terras indígenas são aquelas reconhecidas e incorporadas no processo de regularização fundiária, que muitas vezes têm tido suas regras alteradas em função de interesses políticos do momento. Conheça a realidade das ações antrópicas que têm interferido drasticamente na cultura e no território indígena. | |
Dados Observação Demográfica dos Povos Indígenas Os estudos de demografia dos povos indígenas fazem parte da interface entre demografia e antropologia, campo também conhecido como "demografia antropológica". Clique aqui e saiba mais a respeito dos dados demograficos dos povos indígenas no Brasil. | |
Saiba Mais Curiosidade Indígena Nesta seção você irá encontrar dados e informações relevantes sobre os índios em Mato Grosso. Além disso, irá saber mais a respeito de alguns dos principais rituais, festas, danças e ações de políticas públicas voltadas à causa indígena mato-grossense e brasileira.
Diversidade Organização Tribal
Os povos indígenas mato-grossenses se caracterizam por baixa densidade demográfica. Em compensação, muitos são os povos. Damos o nome de povo indígena, à língua por eles falada, à localização geográfica, aos nomes das aldeias. Ao indicarmos a língua, anotamos as variações dialetais identificadas. Ao indicar o nome do povo ou da aldeia, damos o nome em voga entre os não índios, com anexação do nome indígena, quando possível.
Os estudos antropológicos demonstram que a cada povo indígena corresponde uma língua. A língua, por sua vez, expressa diversidade de pensamento, de filosofia de vida, de costumes, de organização social, de estrutura educativa, religião. Para se falar corretamente de índios, é necessário situar o índio num povo determinado. Não existe o índio genérico. Existe, sim, o Nambikwara, o Xavante, o Bororo. Cada tribo existe por si e é diferente de qualquer outra. Os lingüistas não classificaram ainda todas as línguas indígenas, mas agrupam os falares em filo, tronco, família, língua e dialeto. As línguas indígenas brasileiras se dividem em quatro troncos: tupi, macro-jê, arwak e mais um tronco não intitulado, objeto ainda de estudo. Outras línguas não classificadas se denominam alófilas. Algumas denominações ou grafias são novas, não constando nas publicações especializadas, por serem conhecidas apenas ultimamente, como o caso dos nomesrikbákta (descoberta ser esta a denominação do singular) e manôki (em vez de mynky). A denominação manôki foi obtida pelo Pe. Adalberto Holanda Pereira, em 28 de janeiro de 1995, por declaração dos índios da Aldeia Paredão. Os índios explicaram que o nome mynky significa apenas gente e não o povo mynky. Os não índios denominaram esse povo indígena de iránxe. Em Mato Grosso encontram-se ainda hoje os quatro troncos lingüísticos falados e mais línguas isoladas. Onze são as línguas faladas do tronco tupi: Apiaká, tapirapé, kamayurá, zoró, kayabí, auetí, mundurukú, juruna, arára, itogapúk e cinta-larga. Nove são as línguas e dialetos do grupo macro-jê: mentuktíre, kren-aka-rôre, txukarramãe, suyá, xavante, karajá, bororo, umutína e rikbaktsa. Cinco são do tronco linguístico arwák: paresi, salumã, wawrá, mehináku e yawalapiti. Troncos linguísticos ainda não denominados: bakairí, nahukuá, matipúhu, kalapálo, txikão, nambikwára do norte, nambikwára do sul e sabanê. Duas as línguas isoladas: trumái e iránxe. Não incluímos aqui as línguas faladas nos Estados de Rondônia e Mato Grosso do Sul. Os povos indígenas se autodenominam como unidade tribal. Algumas tribos se compõem de grupos com estruturas próprias de cada tribo, dando a impressão aos menos experientes de que esses grupos são tribos distintas, quando, na verdade, compõem um todo maior. Os paulistas e em geral os brancos, ao encontrarem pela primeira vez povos indígenas não perguntaram a alguém desse povo o nome da tribo. Ou adotaram nomes utilizados por povos vizinhos ou deram nome por conta própria. Chamaram paresi, quando o nome autóctone é halíti. Chamaramcanoeiro de Mato Grosso, quando o certo é rikbáktsa. Iránxe, quando mynky. Chamaram bororo, quando é boe. Chamaram xavante, quando é a’wen. São alguns exemplos.
Os povos indígenas, após encontros de migrações, foram estabilizando o relacionamento entre si, como nações em estado tribal. Respeitavam ou não, mas conheciam os limites de rios ou vegetações ou altitudes. Firmavam pactos de amizade ou de estado de guerra - explícitos ou tácitos.
No correr da história, até os dias de hoje, a ação dos brancos não foi boa para os povos indígenas. Reduzidos à escravidão alguns, guerreados outros, sofridos todos. Os portugueses, espanhóis e brasileiros agiram sempre com ares de superioridade, ignorando ou fingindo ignorar os direitos dos povos indígenas. Os brancos, nos momentos de necessidade, como na colonização, ou na Guerra do Paraguai, favoreceram os povos indígenas, mas nunca os situaram com igualdade, respeitadas as condições típicas tribais. Sempre os trataram como indivíduos isolados uns dos outros. Não existe comunidade mais una do que a indígena. Não foi só a escravidão. Uma desdita para os povos indígenas foi o processo de transmigração forçada, onde muitas vezes parte do povo foi arrancada do habitat para compor vida junto com outra tribo, a centenas de quilômetros de distância, como ocorreu com parte do povo paresi, arrancado da região dos rios Ferrugem e Macaco, estes tributários da Bacia Amazônica, para comporem vida com o povo barbádo, na região dos rios Paraguai e Bugres, tributários do Prata. Passadas as guerras de conquista, o pior estava para acontecer. Não se tomou providência para as condições sanitárias. Sabe-se que os povos indígenas não sofriam de certas epidemias, comuns aos brancos, a exemplo da gripe e sarampo. Portanto, não possuíam programas de combate ou defesa. Muito mais índios pereceram na paz, pelas doenças, do que no tempo da guerra. Alguns povos desapareceram de todo, a exemplo do arinos, o marijapéy, o kustenáw, dentre outros, enquanto que definham em estado de extinção os trumai e o barbado. Os portugueses, ocupando terra na margem direita do Rio Amazonas e missões jesuíticas do Pará, perturbaram o estado de vida nativa de povos indígenas, que subiram os rios, adentrando em Mato Grosso ou passando por aqui, tomando o rumo do poente. O povo juruna fugiu da influência das missões; o povo parintintím, pressionado por povos indígenas inimigos subiram até a altura da barra do Rio Arinos e daí rumou para oeste. Programas oficiais intentaram sempre atrair os povos indígenas para os costumes dos brancos. Por vezes forçaram a assimilação, sob denominação vela de aculturação, ignorando ou fingindo ignorar os direitos dos povos indígenas à vida tribal. A aculturação ocorre naturalmente e não à força, a mando. Remanescentes Índios Isolados em Mato Grosso
O Estado de Mato Grosso tem se caracterizado nas últimas décadas por um desenvolvimento violento e caótico em detrimento de seu ecossistema e de seus habitantes primeiros. Dezenas de povos indígenas constantemente violentados, outros exterminados por uma postura pseudo-desenvolvimentista, mas que na realidade não consegue sequer suprir as necessidades básicas de seus munícipios, senão a ganância de seus governantes.
Não obstante este famigerado desenvolvimento, muitos povos e grupos indígenas, remanescentes daqueles exterminados, conseguiram resistir ao trágico confronto com as frentes colonizadoras. Alguns ainda mantêm-se isolados do contato com os vários segmentos nacionais. A estes denominamos índios isolados. Entende-se por índios isolados os povos ou grupos indígenas que não mantém contato direto com nenhum segmento da sociedade brasileira. Vulgarmente denominados índios arredios. Esta alcunha por si expressa a ótica pejorativa a que estão sujeitos estes grupos, constantemente lesados em seus direitos e em sua identidade enquanto culturas autóctones. Estes grupos, autônomos ante a organização sócio-econômica e política da sociedade nacional, mantém um proposital distanciamento da população envolvente, por um processo de fuga constante diante da presença avassaladora do colonizador. Disto depreenderam a necessidade de um afastamento singular, sem aliados substanciais, na tentativa de se preservarem das balas e bacilos do homem branco. Em outros momentos este intenso nomadismo forçado se dá por uma conjugação de fatores que também podem incluir o acirramento de relações bélicas com povos indígenas vizinhos, de índole mais aguerida e numericamente mais forte. Hoje se constata através de fontes diversas, a existência atual de mais de meia centena de grupos indígenas isolados em território nacional, sendo que no Estado de Mato Grosso, existem, pelo menos oito grupos indígenas ainda sem contato. A dificuldade em efetuar um levantamento preciso de dados referentes a estes é inerente às circunstâncias que os envolvem, considerando-se os constantes deslocamentos e esconderijos sob o manto protetor da floresta, onde pretensamente acreditam-se salvaguardados da destruição civilizatória. Muitos desses grupos são remanescentes de povos indígenas que há muito desapareceram dos registros históricos, sendo dados como extintos. Outros são frações de povos que ainda hoje resistem ao avanço, predatório e desordenado, do grande capital sobre as últimas áreas virgens da Amazônia, e que se separaram em função de cisões internas ou dispersões inesperadas causadas pelas constantes fugas e guerras. Urge, portanto, uma ação conjugada dos órgãos competentes para salvaguardar a integridade física ecultural destes grupos, pois, mesmo diante da especificidade da questão e latência dos conflitos aqui expressados de forma genérica, fica patente a urgência desta ação diante das contingências especiais que os envolvem. Numericamente frágeis, indefesos em seu sistema imunológico diante das doenças infecto-contagiosas, e distante de compreender a realidade que os cerca, sobre eles paira uma constante e inexorável ameaça de extinção a cada eventualidade de contato. Casos como o massacre dos isolados Nambikwára do Rio Omerê (RO), em 1985, exterminados a mando do proprietário da Fazenda Ivipitan, face a ação tardia e complacente da FUNAI, caracteriza a fragilidade destes grupos e os desmandos políticos que concluíam por seu extermínio. Habitantes de territórios ambicionados pelo grande capital, ou vítimas de invasões contínuas das levas de incautos sem-terra, empurrados pelo grande latifúndio para as regiões mais inóspitas, estes grupos indígenas sobrevivem hoje em situações críticas, a cada dia agravadas pelo recrudescimento contínuo das tensões e conflitos fundiários que se alastram pelas últimas áreas verdes do Estado. Verdes sim, mas não tão desabitadas como querem fazer crer os grandes projetos colonizadores e empreendimentos exploradores, que reincidentemente tem vilipendiado as terras indígenas no Estado de Mato Grosso. - Texto extraído do livro Dossiê Índios em Mato Grosso - páginas 170, 171, 172 - OPAN - CIMI/MT, João C. Lobato e Rosa C. Cartagenes. Povos Indígenas de MT Troncos, Famílias Linguísticas e Localização
Apiaká - Família linguística tupi. Área Indígena Apiaká-Kayabi, Aldeia Mairobi.
Arára - Família linguística tupi. Área Indígena Beiradão. Awetí - Tronco linguístico tupi. Parque do Xingu. Bakairí - Família linguística karíb. Área Indígena Bakairí, e Área Indígena Santana. Bororo - Família linguística Bororo. Área Indígena Gomes Carneiro (Ipíe Bága Bororo, Koregédo Páru Bororo), Área Indígena Merure, Área Indígena Perigára - Tarigara, Área Indígena Sangradouro, Área Indígena Tadarimana (Paulista, Pobóre Bororo). Cinta Larga - Família linguística mondê (tronco linguístico tupi). Paabiey (no Rio Tenente Marques), Pabirey (no Rio Capitão Cardoso/Roosevelt), Paépiey (nos rios Amarelo, Vermelho e Branco). Ená-Wenê-Nawê - Família linguística salumã (aruák). Área Indígena Salumã. Iránxe - Família linguística isolada. Área Indígena Irántxe (Aldeias Cravari, Paredão, Perdizes), Área Indígena Escondido. Jurúna - Família linguística jurúna (tupi). Parque do Xingu. Kalapálo - Família linguística karíb. Parque do Xingu. Kamayurá - Família linguística tupi-guarani. Parque do Xingu. Karajá - Família linguística karajá. Área Indígena Karajá. Kayabí - Família linguística tupi-guarani. Área Indígena Apiaká-Kayabí (Rio Tatuí), Parque do Xingu. Kren-aka-rorê - Família linguística jê. Parque do Xingu. Kuikúru - Família linguística karíb. Parque do Xingu. Matipú - Família linguística karíb. Parque do Xingu. Mehináku - Família linguística aruák. Parque do Xingu. Metuktíre/Txukarramãe - Família linguística jê. Parque do Xingu. Área Indígena Kapoto (Kapoto, Cachoeira). Mundurukú - Tronco linguístico tupi. Área Indígena Apiaká-Kayabí.
Nambikwára - Família linguística nambikwára. Nome autóctone geral: Anúnsu. No território do Estado de Mato Grosso, a língua nambikwára é falada em dialetos. Áreas Indígenas: Nambikwára, Vale do Guaporé e Pequizal. Povos Nambikwára do Norte: tawãndê, tagnaní, lakõdê, mamãidê. Povos Nambikwára do Sul: mãndúka, nambikwára do campo, nambikwára. Do Guaporé: nambikwára do sararé/kabixí.
Panará - Família lingüística jê. Parque do Xingu. Paresí - Família lingüística nu-aruák. Área Indígena Paresi (Aldeias: Manene/Felicidade, África, Sacre (sul), Iliocê, Rio Verde, Kotitiko, Cabeceira do Osso, Papagainho, Bititiro, João Vaqueano, Capitão Marcos). Área Indígena Utiariti (Aldeias: Salto da Mulher, Seringal, Bacaval, Sacre (norte), Ponte do Papagaio. Área Indígena Ticaratinga (Aldeia Utiariti). Área Indígena Formoso (Aldeias: Queimada, Queimada (Nelsinho), Formoso, João Tití. Área Indígena Juininha (Aldeia Juininha). Área Indígena Figueira (Aldeia Figueira). Área Indígena Estação Rondon e Área Indígena Estivadinho (Aldeias: Estivadiho/Brito). Rikbákta - Tronco linguístico Macro-jê. 1º Núcleo - Barranco Vermelho (Aldeias: Eremetsakore, Boa Esperança, Palmital, Cabeceira - limite sul). 2º Núcleo - Cachoeiras (Aldeias: Primavera do Oeste, Primavera, Boera, Curva, Curvinha, Segunda I, Segunda II, Beira, Novo Paraíso. 3º Núcleo - Aldeia Nova (Aldeias: Fôlha, Nova, Pedra Bonita, Tambok, Sawamy). 4º Núcleo - Rio do Sangue (Aldeias: Escolinha, Roncador, Miguel, Etydymy, Três Irmãos). 5º Núcleo - Japuíra (Aldeias: Ivan, Pé de Mutum, Cerejeira, Japuíra). 6º Núcleo
- Arinos (Aldeias: Barra do Arinos, Vendelino e Pitsikoso).
Suruí - Família linguística Mondê (tronco tupi). Suyá - Família linguística jê. Tapayúna / Beiço-de-Pau - Família linguística jê. Parque do Xingu. Tapirapé - Família linguística tupi-guarani. Trumái - Língua isolada. Parque do Xingu. Txicão - Família linguística karíb. Parque do Xingu. Xavante - Família lingüística jê. Área Indígena Sangradouro, Merure, São Marcos, Areões e Pimentel Barbosa. Waurá - Família lingüística aruák. Parque do Xingu. Yawalapití - Família lingüística aruák. Parque do Xingu. Zoró - Família lingüística mondê (tronco tupi). Área Indígena Zoró.
Terras Indígenas
Ações Antrópicas Relevantes
As terras indígenas são aquelas reconhecidas pela Fundação Nacional do Índio, FUNAI, incorporadas no processo de regularização fundiária, que muitas vezes têm tido suas regras alteradas em função de interesses políticos do momento. Pode parecer, sob certos ângulos de análise, que se tenta encaminhar uma trajetória de resoluções objetivas e protetoras das terras e riquezas indígenas. Ao contrário, cada vez que os índios conseguem operacionalizar regras, que não raro são longamente discutidas, elas são modificadas. A internalidade desse contexto que é eminentemente político-ideológico é invariavelmente mascarada por questões de ordem técnico-científicas, com repercussões sobre os aspectos legais e processuais. Assim, o conceito de
A avaliação das ações antrópicas relativas aos índios, remete, pois, aos impactos negativos que incidem sobre as sociedades indígenas e suas aspirações e não, apenas, sobre o ambiente contido pelas terras indígenas oficialmente reconhecidas. Isto leva os índios a transmutação territorial; desagregação social; desagregação cultural; deteriorização da saúde; dispersão demográfica e despopulação.
Indicadores de ações antrópicas
Com base nos pontos de vista apresentados foram escolhidos os indicadores mais relevantes das ações antrópicas que têm interferido negativamente nas terras indígenas. O indicador “Estradas” refere-se a intervenções autorizadas ou não pelos índios no interior de suas terras e também localizações tangenciais; “Explorações madeireira e mineral” indicam atividades econômicas desses tipos, com a participação ou não dos índios; e, finalmente, “Hidrelétricas” considera os empreendimentos que tenham implementado pelo menos a fase inicial de inventário, segundo critérios de localização dentro das terras indígenas, tangencial a elas, ou locados na mesma bacia hidrográfica com nitidez de interferências danosas aos índios, como apresentado na listagem a seguir: Estradas Exploração Madeireira Exploração MineralHidrelétricas
Dados
Observação Demográfica dos Povos Indígenas
Os povos indígenas no Brasil, até a década de 80, eram considerados uma categoria social transitória, fadada à integração com a sociedade chamada ‘nacional’, ou ao desaparecimento enquanto grupos sociais distintos. A partir da Constituição de 1988 quando foram reconhecidos aos índios seus direitos originários às terras, e respeito aos seus costumes, línguas e praticas culturais, esses povos passaram a ter maior visibilidade política no país. Porém, até final da década de 90, precisamente 1999, eram poucas as fontes oficiais de informações populacionais sobre estes povos. A partir do início dos anos 2000 tanto IBGE quanto Ministério da Saúde começam a investir mais esforços para aprimorar suas metodologias de coleta de informações.
Populações indígenas podem ser encontradas por todo o território brasileiro, embora mais de metade esteja concentrada na região amazónica do Norte e Centro-Oeste. Consideram-se índios, todos os descendentes dos povos autóctones do Brasil.
Embora milhões de brasileiros sejam descendentes de índios, apenas 0,4 por cento da população considera-se como tal. Isso deve-se à intensa miscigenação e perda dos valores e identidade indígenas ao longo dos séculos.
Quando os primeiros portugueses chegaram ao Brasil, em 1500, a população indígena rondava os cinco milhões indivíduos. Na metade do século XIX não passava de 100 mil pessoas e no final do século XX era cerca de 300 mil. O desaparecimento da população nativa brasileira foi um dos maiores genocídios da História humana, e deve-se a três factores: a dizimação promovida pelos colonizadores, as doenças europeias que se espalharam como epidemias e a miscigenação.
Em 1985, os povos indígenas eram ainda menos numerosos - somavam 220 mil indivíduos, segundo a Funai (Fundação Nacional do Índio). Hoje estima-se que os índios brasileiros não passem de 325 mil - menos de 0,2% da população brasileira. Recentes estudos genéticos comprovaram que muitos milhões de brasileiros são descendentes de povos indígenas extintos há séculos, muitos dos quais desconhecem as suas origens indígenas. Nos últimos anos, tem-se visto, pela primeira vez em cinco séculos, um crescimento da população índia brasileira, porém, muitos vivem em condições de extrema pobreza e estão a perder sua cultura.
Quadro da evolução populacional dos índios no Brasil:
Curiosidade Indígena
Clique nas palavras abaixo e tenha acesso aos mais variados e relevantes aspectos da cultura, costumes e também das políticas voltadas à causa indígena. Além disso, você irá saber mais a respeito de alguns dos principais rituais, festas e danças. Confira.
Carequetê
Conselho Indigenista Missionário (CIMI) Corrida de Toras Dañono Educação Escolar Indígena Festa da Menina-Moça Fundação Nacional do Índio Funeral Bororo Grandes Aldeias do Alto Xingu Huka-Huka Iakuigade Indigenista Jogos dos Povos Indígenas Karajá Kuarup Missão de Utiariti Missão Santa Terezinha do Mangabal do Juruena Moitará Myky Nahukwa NambiquaraNúcleo de Educação Indígena de Mato Grosso Pajés (I Encontro de) Pari Pariko Pirigara (reserva indígena) Política Indígena Povos Indígenas Projeto Tucum Ritual da Flauta Sagrada Terceiro Grau Indígena Terena Terra Indígena Toloiri Uluri Unidade de Saúde Indígena Xikunahity Yawaci Estradas
O avanço das frentes colonizadoras sobre os povos indígenas dá uma conformação impactual mais complexa nos aspectos culturais, políticos, sócio-econômicos, com repercussões intrincadas e pouco conhecidas sobre o meio ambiente. Existem vários exemplos drásticos de impactos das estradas sobre sociedades indígenas, como os dos Cinta Larga, Nambikwara, Kreen-aka-rorê, etc., que, ainda hoje, não recuperaram suas populações originais, mesmo depois de passados décadas do contato. Nesse sentido, sem poder hierarquizar, de modo geral, os outros indicadores que compõem esse estudo, a abertura de estradas parece ser o empreendimento antrópico de maior relevância, porque além de sua própria consistência impactual, traz consigo ações antrópicas decorrentes, que ampliam os danos globais causados aos índios. Um outro aspecto inerente a esses últimos está nas formas de influência que as estradas passam a ter sobre os povos indígenas, após consolidadas. Os Bororos e os Xavantes sofreram impactos decorrentes da rede de estradas implantadas em Mato Grosso, no entanto, atualmente, valem-se das estradas para escoamento de suas produções respectivas, principalmente o artesanato e produtos agrícolas. Hidrelétricas
O reconhecimento dos impactos causados por hidrelétricas está ligado ao próprio processo de planejamento e construção que, em suas várias etapas, demanda entre 8 e 15 anos, dependendo da complexidade e grandeza do empreendimento.
Desde a fase inicial de inventário hídrico são necessárias equipes numerosas com permanência contínua de campo. Mesmo que não haja decisão pela construção em virtude de requisitos técnicos, pode-se notar, em vários exemplos, influências danosas sobre os povos indígenas. O simples anúncio dos estudos das hidrelétricas de Barra do Peixe, Couto Magalhães e Foz do Noidore, na bacia do Araguaia, fez com que os Xavante ali localizados promovessem grandes reuniões, donde resultaram documentos dirigidos às autoridades pertinentes, contendo a análise da inserção daquelas hidrelétricas na região, como também indenizações reparatórias quantitativas e escalonadas, de acordo com os possíveis danos a serem causados. As variáveis dos impactos globais causados por hidrelétricas sobre povos indígenas podem ser melhor compreendidas, se observados os seguintes critérios: 01) Grau de repercussão psicológica sobre os índios, desde o anúncio da construção da hidrelétrica; 02) Observação dos impactos das várias etapas de planejamento e construção; 03) Localização da hidrelétrica na bacia hidrográfica em relação aos territórios indígenas. Com isto temos: territórios direta e permanentemente inundados; territórios intermitente e sazonalmente inundados; territórios contíguos ou tangentes ao lago; territórios localizados nas margens de cursos d’água afetados pelo lago; territórios localizados na bacia que forma o lago. A proximidade de agentes modificadores, decorrente da presença da hidrelétrica resulta em: Desagregações grupais ou solidariedade inter-grupais de povos indígenas que não estejam sob a influência física de hidrelétricas; detectação de povos autônomos que possam correr riscos de extinção, em função da implantação e hidrelétricas; grau de conhecimento da sociedade nacional, por parte dos povos indígenas atingidos por hidrelétricas. Cidades de Mato Grosso Escolha aqui o município que você quer conhecer! Aqui você tem acesso a história, economia e principais dados das cidades
Na janela abaixo você irá encontrar todas as 147 cidades do Estado e poderá saber mais sobre a história, economia e outros dados relevantes. Acesse!
O MunicípioNo contexto ibérico, o município se apresenta com característica evoluída. Posteriormente, sob o domínio de Portugal e mais tarde, na nação brasileira, o termo "município", ganhou mais de uma conotação de relação com o poder central.
O conteúdo do poder variou com o correr da história, desde um poder nativo do povo, como cidade independente, até o poder concedido por outro povo e regido por um poder regional. Mas sempre um poder público local.
Inicialmente, no Brasil, devido ao extenso território com população rarefeita, o governo de Portugal atrelava fortemente apenas os municípios de exportação compensadora, deixando os demais em ampla liberdade. Mato Grosso mereceu atenção especial, devido à decisão política da Coroa de conquistar terras à Espanha.
Por município, entendia-se no período de Capitania e início de Província, um núcleo comunitário relativamente denso e assim declarado pelas denominações de Villa ou Cidade, sem a determinação de limites de abrangência geográfica.
O primeiro município criado em Mato Grosso foi Cuiabá, no século XVIII, sendo que da capital surgiram todos os outros municípios mato-grossenses, inclusive os que hoje compõem os estados de Mato Grosso do Sul e Rondônia.
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