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quarta-feira, 29 de julho de 2015

Tudo Sobre PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais


Muitas plantas que costumam ornamentar jardins e até mesmo nossa casa podem ter funções muito mais nobres ainda. Algumas plantas, recentemente, tem sido estudadas segundo seu valor alimentar e nutricional.
A beleza deixou de ser a razão para tê-las em nossa casa. Podemos também usufruir de seus benefícios à nossa saúde. O nome que se dá a essa nova tendência na alimentação? PANC, que é a sigla em português para Plantas Alimentícias Não Convencionais.
Somos, na grande maioria, pessoas que trazem um conservadorismo alimentar, rejeitando alimentos até mesmo pelo nome, sem sequer termos provado ou visto.
Fomos estimulados a comer alguns alimentos desde a infância, e passamos a vida ignorando uma riqueza alimentar, à nossa volta, simplesmente por falta de interesse ou curiosidade, e até mesmo estímulo.
Obviamente, uma dieta PANC não significa sair comendo tudo que se vê pela frente. Há necessidade de informações preliminares e cautela, para se ter a certeza da qualidade da nova alimentação à disposição.
Para fazer parte do universo PANC é preciso, além de curiosidade, uma dose de ousadia. Os sabores mágicos e diferentes poderão surpreender. Por que não provar?

Algumas PANC

Observação importante: na dúvida se a planta é realmente comestível, não consuma. Só prove se tiver absoluta certeza de que está ingerindo a planta correta.

1. Bananeira

bananeira
A bananeira, por exemplo, é um tipo de planta de onde só aproveitamos a banana madura, no entanto, há outras partes comestíveis e saudáveis, como o coração ou umbigo, que são completamente desprezadas como alimento, e o que é pior, viram lixo orgânico, sem ao menos terem ido para a mesa de milhares de pessoas, podendo alimentá-las.

2. Onze horas (portulaca umbraticola)

onze horas
Por exemplo, a planta conhecida como onze horas, muito popular no Brasil, apresenta uma variedade PANC, porém, a ornamental não deverá ser consumida. A variedade “portulaca umbraticola”, cujas folhas são achatadas, é parente da beldroega silvestre, e suas folhas e talos são comestíveis, as flores não.
Poderá ser utilizada em sopas, recheios, saladas, etc. É rica em ômega-3, vitamina A, algumas vitaminas do complexo B (riboflavina, niacina, piridoxina, carotenoides), vitamina C e sais minerais como o ferro, magnésio, cálcio, potássio e manganês. Rica em fibras, pobre em gorduras e calorias (16 calorias em 100g). Traz dezenas de benefícios à saúde como também ao solo, porque ajuda a reter a umidade, sendo uma forração natural.

3. Serralha

serralha
Essa é uma planta da mesma família do alface, da chicória e de outras tantas conhecidas. É rica nas vitaminas A, B e C, como também em cálcio e ferro. Apresenta sabor levemente amargo e as folhas são tenras, principalmente se colhidas antes da floração, que se dá no inverno e na primavera. Facilita a digestão, estimula o fígado e a vesícula, entre outras propriedades.

4. Língua de vaca

lingua de vaca
Essa planta é encontrada facilmente. Nasce em praticamente qualquer tipo de solo. É rica em mucilagem, cálcio, potássio, ferro, fósforo e vitaminas. É utilizada como a couve. As folhas mais novas são mais tenras. Deve-se retirar o fio central nos preparos, para que fiquem ainda mais macias e menos resistentes. É rica em propriedades medicinais.

5. Flor de Santa Luzia

flor de santa luzia
A flor de Santa Luzia, assim como a maioria das plantas, têm vários nomes, dependendo da região. Essa planta é bastante comum em canteiros e cresce muito rapidamente. Apresenta flores azuis. Suas folhas são suculentas e devem ser consumidas após cozimento. As flores também são consideradas PANC.

6. Orapronobis

orapronobis
Além de linda, cheia de flores e totalmente ornamental, a orapronobis já é utilizada na culinária mineira, apesar de ainda pouco difundida como PANC na maior parte do país. É rica em vitaminas A, B, C, rica em fibras, ferro e fósforo, fonte de mucilagem, e proteínas (cerca de 25% de sua composição). Apresenta também alguns aminoácidos essenciais, entre eles a lisina, fundamental no fortalecimento do sistema imunológico.
Em alguns lugares do Brasil, a orapronobis é conhecida como “o bife dos pobres”. A parte comestível são suas folhas, tanto em preparos cozidas, quanto cruas em saladas.
Para ilustrar um pouco mais nosso artigo sobre as PANC, plantas alimentícias não convencionais, estamos inserindo um link, com uma receita bastante simples, e seguramente deliciosa, de Costelinha de Porco com Orapronobis.

Falta muita coisa

Apresentamos aqui uma ínfima fração das PANC, pois as estimativas é que, somente no Brasil, elas cheguem a 10 mil tipos, enquanto que no mundo, atinjam 50 mil espécies.
O lado triste é que se perde anualmente, aproximadamente, uma a duas toneladas dessas plantas por hectare. Em alguns lugares, esse valor pode chegar a sete toneladas.
Num mundo onde tanta gente passa fome, a riqueza das PANC seria parte da solução do problema, pois, além de seus valores nutricionais e medicinais, nascem facilmente, crescem rapidamente, não exigem tecnologia avançada, pois se adaptam a solos e climas diversos, dispensando adubação e agrotóxicos.

Ervas Daninhas x Mato

O desconhecimento leva pessoas a negligenciarem o que conhecemos como ervas daninhas, cuja denominação correta seria plantas espontâneas. A grande maioria das ervas daninhas apresenta potencial alimentício, mas são desprezadas sem passarem por pesquisas que possam definir seus reais valores, inclusive farmacológicos.
O mesmo acontece com o que chamamos de mato, que na verdade são plantas silvestres, mas que também apresentam um potencial rico a ser estudado.
Na maioria das vezes, a rejeição a esse tipo de planta se deve à sua falta de atrativos visuais. Algumas não são belas, não exalam perfumes no ar, não nos dão flores, por esse motivo, ficam relegadas ao esquecimento.

Quando evitar PANC

Tudo que lemos até aqui foi baseado em estudos, realizados por pessoas idôneas. Jamais deverão fazer parte da alimentação plantas, raízes e frutos desconhecidos. Poderão ser tóxicas, em alto grau, causando desde pequenas reações alérgicas até a morte.
Quando se fizer a opção por plantas alimentícias não convencionais, é essencial ter certeza de que são, de fato, alimentícias. Procure se informar detalhadamente sobre cada planta antes de experimentá-la. Não seja cobaia de si mesmo.
Toda e qualquer planta apresenta propriedades medicinais. Caso tenha algum problema de saúde, informe-se sobre a possibilidade de interação entre a planta que se pretende consumir, e possíveis medicamentos utilizados no tratamento da enfermidade.

Dicas

É aconselhável colher as PANC em lugares limpos, procurando evitar sua colheita em qualquer via pública, mas, para se ter mais segurança, sugere-se fazer um branqueamento na verdura. Isso é feito colocando-a em água fervente por alguns instantes, e desprezando-se todo o líquido. Esse procedimento levará à perda de alguns nutrientes, porém, é o mais indicado nos casos de falta de informações sobre a origem e conservação dessa planta.

Considerações Finais

Na natureza, nada está ali por acaso. Ela não comete erros. O desequilíbrio e o descaso, provocados pelos seres humanos, é que privilegiam algumas espécies enquanto ignoram outras.
Felizmente, as mentes começam a se abrir para o consumo das PANC. Aos poucos, começarão a fazer parte de nossas vidas, complementando e trazendo novas opções ao nosso paladar, como também à nossa saúde.
Tomara que as PANC façam parte de um futuro bem próximo de nossa realidade.
Revisão Geral pela Dra. Patrícia Leite - (no G+)
Fontes adicionais:
  • Valdely Ferreira Kinupp. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (IFAM). Campus Manaus-Zona Leste.
  • BIODIVERSIDADE PELA BOCA – Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs). Instituto de Biociências – UFRGS e Cooperfumos – MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores) do Centro de Formação em Bioenergia e Alimentos – São Francisco de Assis, Santa Cruz do Sul, RS.

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